“É fatal que exista um impacto real no andamento e nos preços das obras públicas tendo em conta o trajeto que o setor viveu e vive atualmente”. O Presidente da Associação dos Indústrias da Construção Civil e Obras Públicas e da Confederação Portuguesa de Construção e Imobiliário, Manuel Reis Campos, reconhece as dificuldades que o sector atravessa, mas acredita que a construção civil dará a resposta adequada aos desafios de Portugal com o PRR – Plano de Recuperação e Resiliência e com o PNI 2030 - Programa Nacional de Investimentos 2030.
Na sequência de uma reunião de trabalho realizada com o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, sobre a situação das obras públicas em Portugal, Reis Campos, abordou o trajeto que o sector tem tido nos últimos anos. “Antes da pandemia já tínhamos um constrangimento grande, que era a falta de mão de obra, mas o problema maior foi a dupla crise provocada pela guerra na Ucrânia, a escassez das matérias primas e o aumento de preços”.
“Quis perceber com o responsável pelo setor em Portugal se o problema com a revisão de preços das obras públicas e com os atrasos era um exclusivo de Famalicão, percebi que a situação é conjuntural e afeta todo o país, sendo inclusivamente, a revisão de preços, uma obrigação legal e o atraso verificado com as obras de renovação do centro urbano em Famalicão, não é tão expressivo como em outras situações nacionais”, referiu Mário Passos.
“Em 20 de Maio saiu um Decreto de Lei que é um regime temporário e provisório que acautela a revisão de preços dos materiais e das obras o que pode compensar esta sobrevalorização das matérias primas e com o qual as entidades contratantes terão de lidar”, explica Reis Campos.